sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Baixos ativos e passivos: quais as principais diferenças?


                                                                                                    Henrique Inglez de Souza

Qual é o melhor baixo, o ativo ou o passivo? Essa é uma pergunta recorrente, para a qual a resposta mais adequada seria algo como: os dois! Sim, e se você se espantou com isso, a explicação está no simples fato de que depende do gosto de cada um. Ambos têm qualidades e limitações.

Baixos Passivos

Esse é o tipo com o som considerado mais puro e definido. Reproduz exclusivamente o timbre resultante da combinação de seus componentes (como madeira e captadores, por exemplo) e de sua construção.
Seus controles regulam volume e tonalidade, costumeiramente um knob para cada. A perda de sinal e as variações de impedâncias de entrada de cada amplificador produzem pequenas diferenças no som. No mais, é um instrumento direto e sem mistérios quanto ao timbre.
O baixo passivo é tido como o mais tradicional, às vezes, até o jeito mais autêntico de se ter a sonoridade natural do instrumento”, explica Jean Mendes. “A captação funciona diretamente, sem qualquer aditivo ou correção na frequência. Trata-se de um projeto absolutamente simples.”
Mas o que esperar de um instrumento assim? “Em primeiro lugar”, continua o luthier, “uma boa captação, que, além de timbre orgânico, apresenta baixo ruído – o ruído é uma característica de captação passiva. Espera-se, ainda, uma construção de qualidade, tão essencial quando a parte elétrica.”



Baixos Ativos

A olho nu, diferenciamos ambos os tipos, por exemplo, pelo número de knobs, que é maior num ativo (normalmente regulam graves, médios e agudos). Porém, a principal característica de um baixo ativo está no pré-amplificador.
O pré-amp é um recurso composto por circuito eletrônico e potenciômetros. Para que funcione, precisa ser alimentado por uma bateria (9 volts ou 18 volts) – e, sim, quando a bateria se descarrega, o baixo para de funcionar!
Embutido, há um sistema de equalização de 2 bandas (graves e agudos) ou 3 bandas (graves, médios e agudos). Cada frequência predefinida conta com um potenciômetro dedicado à regulagem de ganho, cortando ou acrescentando (cut/boost).
A função do pré-amp é corrigir e/ou modelar o timbre. Por isso, o som do baixo ativo costuma ser mais artificializado, “pronto”, se comparado ao de um passivo. Além do alto ganho, os captadores ativos apresentam pouco índice de ruído (ou até nenhum ruído).
Dá para identificar três tipos básicos de configuração em baixos ativos:

- Captador ativo + circuito passivo de potenciômetros (volume e tonalidade)
- Captador ativo + pré-amplificador ativo (equalizador)
- Captador passivo + circuito ativo



A captação ativa, normalmente, é construída com ímãs cerâmicos. Tem em sua composição bobina e um circuito de pré-amp embutido, com regulagens fixas de timbragem (assim como o pré-amp, precisa de bateria).
Quando combinados captação ativa e pré-amp, ganha-se em opções de timbres. Ou seja, além dos aspectos do captador (alto ganho e baixo ruído), o instrumento conta com um sistema de equalização.
Também é possível encontrar versatilidade quando se mistura captação passiva com pré-amp – layout usado atualmente pela Mendes Luthieria. Na verdade, essa é a forma mais comum nos dias de hoje e a mais versátil, pois há um sem-número de captadores magnéticos para se escolher – cerâmico (ferrite), alnico, neodímio, samário cobalto.
Essa configuração possibilita uma gama considerável de sons e níveis de saída. Imagine, então, com ganho maior e ajuste de timbre. Outro recurso interessante dessa combinação (captação passiva+pré-amp) está na chave seletora de by-pass – a famosa chave ativo/passivo. Com ela, consegue-se, em um mesmo instrumento, tocar na versão ativa ou na passiva (desativando o pré-amp).
Há casos em que vemos o baixo ativo sem o circuito equalizador, só com captadores ativos. Hoje é raro, mas há configurações assim”, completa Jean Mendes.

Tem um tipo melhor, ou não?

Não! Como dito, tudo irá depender do gosto de cada um. O que ocorre é que, em modelos mais baratos, a diferença entre ambos os tipos tende a ser berrante. Se o passivo preserva o som natural, o ativo e suas variadas regulagens de som podem decepcionar pela má qualidade saindo dos falantes.
Em termos de versatilidade e ganho, alguns baixos ativos são muito superiores. Porém, o pessoal confunde volume com qualidade”, finaliza o luthier.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

StickBug: um incrível e versátil stick bass!


Por Henrique Inglez de Souza

Viajar costuma ser uma grande questão para a maioria dos músicos, por conta de transportar seus equipamentos. E isso se complica conforme o tamanho e a delicadeza do instrumento. Porém, o novo stick bass da Mendes Luthieria dribla esse entrave e se mostra uma ótima alternativa.
Lançado na feira Music Show Experience 2018, o StickBug vem nas versões II e IV. Produzidos com madeira brasileira, cada qual divide qualidades e apresenta peculiaridades. São aspectos que otimizam não somente o transporte e o manuseio, mas proporcionam um som deliciosamente bom.
Em linhas gerais, ambos têm design único e inédito, com escala confortável de 32 polegadas e dimensões reduzidas. “Há ainda tensor ajustável, controle de volume e captação Mendes TonePoint, desenvolvida exclusivamente”, acrescenta o luthier Jean Mendes. “É impressionante a sonoridade que conseguimos com esse contrabaixo, que praticamente não tem massa, corpo!”

Versões
O StickBug II e o StickBug IV diferem no número de cordas: o primeiro com 2 e o segundo, com 4 cordas. Eles ainda podem ser produzidos com ou sem trastes. Nos modelos com trastes, a escala é de imbuia e nos fretless, de jatobá.

Captação
O StickBug II usa captador Mendes TonePoint 22 e o StickBug IV, Mendes TonePoint 40. “Há diferença no diâmetro dos captadores: cada capsula tem 22 mm e 40 mm, respectivamente”, diz Jean Mendes.


Extremamente leve
O peso do StickBug chama a atenção. A versão StickBug II pesa 1,3 kg, enquanto que o StickBug IV pesa 1,5 kg. “São modelos assustadoramente leves”, empolga-se o luthier.

Ineditismo
Quando se pensa num stick bass com qualidade no som e que favorece a praticidade na hora de transportá-lo, temos duas ótimas opções. Os StickBug II e IV são inovadores e perfeitos para viajar. “São uma solução para profissionais e amadores. Fizemos contrabaixos de pouco mais de 1 m, pesando pouco mais de 1 kg”, finaliza Jean Mendes.

Especificações técnicas

Corpo/braço: marupá (braço inteiriço)
Braço: marupá (tensor ajustável)
Comprimento da escala: 32”
Escala: imbuia (com trastes) e jatobá (fretless)
Raio da escala: 20”
Traste: fino – Sanko (19 trastes)
Ponte: polímero exclusivo
Espaçamento de cordas: 18 mm
Nut: 34 mm
Tarraxas: pretas
Captação: Mendes TonePoint (passiva)
Acabamento: Verniz fosco de poliuretano
Peso: 1,3 kg (StickBug II) e 1,5 kg (StickBug IV)
Controle de volume
Acompanha gigbag exclusiva

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

LAM Bass: um novo conceito de construção e design


                                                                                                                                         Por Henrique Inglez de Souza

Uma novidade extremamente ergonômica – é assim que dá para resumir as variadas características do LAM Bass. A Mendes Luthieria mostra que não está para brincadeira nem repetição. O baixo esbanja inovação e ousadia.
Essas qualidades refletem-se em cada detalhe. A construção, por exemplo, é feita a partir de lâminas de madeira. São dispostas em camadas, compondo um molde prensado. Além disso, a curvatura do eixo é "retorcida" na diagonal do corpo, tanto na parte de trás quanto na da frente – não se trata de um corpo côncavo. É descentralizado, o que favorece uma maior liberdade para a abordagem.
“Há um encaixe de corpo bem natural. O LAM Bass “veste” com mais facilidade! Fica mais fácil de tocar”, diz o luthier Jean Mendes. “É um modelo extremamente leve – acredito que, na média, o mais leve que já projetamos.”
O headstock também carrega ares de ousadia, com tarraxas distribuídas em 1+3. Muito mais do que um traço de elegância, a disposição proporciona mais firmeza à corda grave. “Há um deslocamento e um comprimento maiores de corda”, explica Jean.
O LAM Bass foi oficialmente apresentado ao público durante a Music Show Experience 2018, realizada entre 19 e 22 de setembro, no São Paulo Expo (São Paulo/SP).

Shape
Com o shape mais orgânico do LAM Bass, a "distância" ao corpo do músico acaba sendo reduzida. Também serve para melhorar a curvatura, de modo a proporcionar mais conforto na hora de tocar. “Não tem nada a ver com compensado. É laminado!”, ressalta Jean Mendes.

Revolucionar a pegada
A cereja do bolo no LAM Bass é o Ergoneck System, um sistema de construção da escala que apresenta curvatura diferenciada e exclusiva. Desenvolvido pela Mendes Luthieria, o recurso torna a digitação precisa, suave e mais leve – sim, a musculatura das mãos é menos exigida!
“O raio da escala é inclinado para a frente. Ou seja, a escala é mais fina na parte aguda e vai engrossando até a parte grave”, explica o luthier. “Sua pegada fica mais natural do que numa escala convencional. Há um conforto maior, e você economiza energia. As cordas graves permanecem mais firmes, pois ganham mais tensão.”

Especificações técnicas

LAM Bass
Corpo: Cedro rosa/marupá (laminado)
Braço (parafusado, com tensor): 5 peças (marupá/jatobá)
Comprimento da escala: 34”
Escala: Imbuia (Ergoneck System)
Raio da escala: 20”
Trastes: Jumbo (24 trastes)
Ponte: Mendes Style do tipo true body (madeira)
Espaçamento de cordas: 19 mm
Nut: 38 mm
Tarraxas: Black
Captação: Mendes SB Set (passivo), com hum-cancelling
Pré-amp: Mendes Original Master 3EQ (9V)
Opcional: pré-amp Mendes Original Master Velvet
Opcional: Mendes DI
Opcional: captação DualTone
Acabamentos: Poliuretano de alto brilho (corpo) e verniz fosco de poliuretano (braço)